o que importa , não sei
não é o amor, nem a fome ou qualquer doença, que fazem um barulhinho irritante no fundo disso ( seja lá o que for ) que sou eu
é não aceitar que existam guerras justas , mortes correctas , agressões necessárias , fomes inevitáveis, doenças adiáveis , muros bem colocados, deuses em geral.
não compreender que raio de mundo , progresso , gente, são estes e dos quais eu também faço parte
não querer esquecer nada e não conseguir manter todas as lembranças
chamem-me pateta , idealista , inocente , de facto não me ralo, mesmo quando momentaneamente a meio duma discussão me irrito , na verdade não me ralo .
o que me preocupa são os milhões que nascem e não têm sítio para onde ir , ou qualquer coisa para fazer . Esses todos que nascem mas não chegam a existir.
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