Olhar! Ver? Perceber?
Durante a minha semana algarvia, admirei-me ao ver um camaleão na relva do aldeamento, mesmo frente à minha porta. Só depois reparei no olhar angustiado/enojado dumas moçoilas portuguesas que, por certo, nunca viram daquilo nas telenovelas que engolem diariamente. Um cromo lingrinhas, de "cuecas de banho" aprestou-se a salvar as damas usando um balde de praia. Fiquei de boca aberta a ver o "simpático" atirar o pobre camaleão para um canteiro e comentei que o animal não era lixo e por acaso até pertence a uma espécie protegida. Olharam para mim com se eu tivesse falado albanês sem legendas e continuámos com as nossas vidas, como se nada fosse.
Dois dias depois voltei a encontrar camaleões, estes já na praia das Cabanas e fiquei a ver como mudavam de côr, dum verde forte para um castanho palha, tão semelhante ao que os rodeava que a minha câmara deixou de ver os gentis répteis.
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