Reservo-me o direito de dizer o que me apetece , como toda a gente , e de não alinhar quando não concordo, como toda a gente . Reservo-me também o direito de não acreditar em deus , principalmente neste deus que o ocidente herdou de Israel e que deu a volta ao mundo a pregar o amor e a distribuir o oposto disso , a inflexibilidade , o medo , a guerra e a solidão .
Voltaire disse há muito ao rei de França que o verdadeiro poder está nas mãos da igreja pois o estado ( ou o rei ) pode prender ou matar , mas a igreja pode condenar por toda a eternidade (dizem eles ). Agora, a propósito do referendo com que os governantes do nosso país pretendem resolver a questão de despenalizar o aborto à moda daquele senhor que lavava as mãos , podemos assistir a um braço de ferro constante entre a igreja e o estado , ou melhor da igreja contra o estado, sem que este , temente do fogo do inferno (???) se atreva a responder.
Nesta altura a qualquer pergunta que se faça a um padre ele responderá dizendo que é preciso lutar contra o referendo . O Cardeal Patriarca conseguiu dizer isso quando lhe estavam a colocar questões sobre a morte do Papa e a próxima eleição do futuro chefe do Vaticano.
7.4.05
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