21.2.05

Fim de ciclo ou o Eterno retorno


Em Portugal não há esquerda nem direita , há poucas convicções e ainda menos ideias novas . Há clubite , há vira-casacas e muitos indeciso que o são porque acima de tuco "ninguém explica" .
Há Marias e Joaquins e Anas e Ricardos que momentâneamente se juntam para abanar bandeiras e dar uns saltos , mas que passados os dias dos abraços e palmadinhas nas costas, entram em parafuso e começam a esfregar as mãos de contentes com o poderzinho, adiando para um carnaval qualquer a sua "missão" , aquela que apregoam nos comícios e pela qual se encarniçam nos debates .
Em Portugal não há ninguém que consiga levar projectos para a frente , e os poucos nomes que me poderiam ser esfregados na cara são de pessoas que morreram e como tal nunca viremos saber até onde iriam . Esses e pouco mais , talvez o Álvaro Cunhal , mas esse é acima de tudo casmurro , e é de esquerda ou de direita ? Não sei bem , acho que teria dado um bom ditador , daqueles autoritários , moralistas e iluminados como os portugueses querem , mas como sempre foi do PC não chegou à cadeirinha mágica .
Vejam os ex-líderes Freitas , Cavaco e mesmo o Mário Sores ( escapou-se com aquelas declarações patetas à saída da assembleia de voto , mas tinha recomendado o voto no BE ), que em tempos arrastaram multidões e muitos viram neles o futuro , vejam os mais actuais Santana e Paulo Portas ( o dueto do "fim de ciclo" ). Que projectos ?

Agora o Sócrates terá os seus 30 minutos de poder , mas depois dos (tu)barões instalados acaba-se o casamento e a rosa murchará como sempre . Mantenho que o único Sócrates que recordaremos será o do Platão .

Tragam-me uma cerveja , tremoços e futebol que eu calo-me .